4.4.09

Clima Açoreano

Ilha do Pico, Agosto 2008

1 comentário:

"O Cunhado" disse...

É curioso como a fotografia remete imediatamente para uma realidade próxima, mesmo que esta não nos seja familiar. Não estive aqui, não vivi esta paisagem, não vivi estas imagens mas tenho-as na cabeça por intermédio de outro local, outra realidade que se sobrepõe sem que nela tenha controlo.
Através de memórias nossas ou descritas por outros, vamos juntamos peças do puzzle global de forma quase constante e inconsciente. Motivados pela imensidão de nadas em nosso redor vamos tentando fazer sentido e combater a amálgama de informação mais ou menos interessante que somos obrigados a consumir todos os dias, na procura recebemos conforto.
É a fazermos estas e outras imagens que embarcamos em auto-análise sem sabermos, a fotografia torna-se a nossa melhor amiga, a mais simpática compaheira e traiçoeira ao mesmo tempo. Ajuda-nos a editar aquilo que nos parece importante, revelando-nos sentido de clareza e justiça. Na verdade a fotografia atraiçoa-nos quando tentamos ver algo que não está lá, aquilo que queriamos ver, é aí que ela nos mostra o mais simples e mais importante das coisas, aquilo que a maior parte das vezes não vemos, o que está mesmo em frente dos nossos olhos. Aquilo que fica para além da luz, puro e crú.
Talvez seja essa a razão desta paixão...


p.s. A fotografia de que falo em paralelo é uma das de Martin Parr em "The Last Resort"