"Portugal não pode continuar nesta estagnação, nesta miséria de espírito. Ou nos educamos, ou seremos dentro em pouco um povo morto. A selecção natural não espera, age. Ou aperfeiçoa, ou elimina.
A nossa organização nacional é mentirosa, sem estabilidade, encobrindo um parasitismo desenfreado e inquietante. O mal nacional está aí à vista. Somos um povo intelectualmente atrasado um século, economicamente falido, moral e civicamente por educar, em que o sentimento de pátria e de vida nacional não se sobrepõe aos sentimentos de interesse individual (...)Por esses liceus fora e até pelos cursos superiores não se aprende, decora-se. O aluno não assimila, repete automaticamente, assimila apenas o invólucro verbal das ideias. Não adquire conhecimentos, mas a forma externa dos conhecimentos. A educação concebida e realizada neste espírito está a ser mais perigosa do que útil (...)Os partidos devoram a alma portuguesa. A ficção constitucional, existindo à custa da nossa ignorância e do nosso indolente desmazelo, recebe a força desse binário socialmente pelintra que é o nosso rotativismo político (...)
A inteligência era (em Portugal) um capital inútil, o único capital produtivo era a falta de vergonha e de escrúpulos. O sentido da vida era fúnebre, arrastado por um mau destino, para a falência em que nos afundamos definitivamente.(...) Neste mar de lama está em perigo de perecer, sem brio e sem vergonha, todo um povo que foi grande e forte.(...)O mal da minha terra não é a demagogia, é a inépcia (...) Em Portugal não há demagogia, falta-nos fanatismo cívico para isso. Em Portugal o que há é uma inverosímil colecção de idiotas. A demagogia é um mal que pode ser combatido, a imbecilidade essa é que é um inimigo invencível.
Desmanchar ilusões é reduzir o coeficiente de felicidade e diminuir a possibilidade de chegar à terra prometida. O homem só adquire a verdade à custa de uma desilusão(...)"
A nossa organização nacional é mentirosa, sem estabilidade, encobrindo um parasitismo desenfreado e inquietante. O mal nacional está aí à vista. Somos um povo intelectualmente atrasado um século, economicamente falido, moral e civicamente por educar, em que o sentimento de pátria e de vida nacional não se sobrepõe aos sentimentos de interesse individual (...)Por esses liceus fora e até pelos cursos superiores não se aprende, decora-se. O aluno não assimila, repete automaticamente, assimila apenas o invólucro verbal das ideias. Não adquire conhecimentos, mas a forma externa dos conhecimentos. A educação concebida e realizada neste espírito está a ser mais perigosa do que útil (...)Os partidos devoram a alma portuguesa. A ficção constitucional, existindo à custa da nossa ignorância e do nosso indolente desmazelo, recebe a força desse binário socialmente pelintra que é o nosso rotativismo político (...)
A inteligência era (em Portugal) um capital inútil, o único capital produtivo era a falta de vergonha e de escrúpulos. O sentido da vida era fúnebre, arrastado por um mau destino, para a falência em que nos afundamos definitivamente.(...) Neste mar de lama está em perigo de perecer, sem brio e sem vergonha, todo um povo que foi grande e forte.(...)O mal da minha terra não é a demagogia, é a inépcia (...) Em Portugal não há demagogia, falta-nos fanatismo cívico para isso. Em Portugal o que há é uma inverosímil colecção de idiotas. A demagogia é um mal que pode ser combatido, a imbecilidade essa é que é um inimigo invencível.
Desmanchar ilusões é reduzir o coeficiente de felicidade e diminuir a possibilidade de chegar à terra prometida. O homem só adquire a verdade à custa de uma desilusão(...)"
Manuel Laranjeira, 1908
Joel Costa, Questões de Moral